segunda-feira, 11 de junho de 2012

Os arautos da transparência, têm como adjunto do primeiro-ministro, o senhor Carlos Moedas...



E assim vai o mundo… como se cortam os tentáculos deste polvo imenso???

Os arautos da transparência, têm como adjunto do primeiro-ministro, o senhor Carlos Moedas, que se veio agora a saber ter 3 empresas ligadas às Finanças, aos Seguros e à Imagem e Comunicação, tendo tido como sócios, Pais do Amaral, Alexandre Relvas e Filipe de Button a quem comprou todas as quotas em Dezembro passado.
Como clientes tem a Ren, a EDP, o IAPMEI, a ANA, a Liberty Seguros entre outros.
Nada obsceno para quem é adjunto de PPC !!!
E não é que o bom do Moedas até comprou as participações dos ex-sócios para "oferecer" o bolo inteiro à mulher???!!!!. Diz ele à Sábado.
Não esquecer ainda que o Carlos Moedas é um dos homens de confiança do Goldman Sachs, a cabeça do Polvo Financeiro Mundial, onde estava a trabalhar antes de vir para o Governo.
Também o António Borges é outro ex-dirigente do Goldman e que agora está a orientar(!?!?) as Privatizações da TAP, ANA, GALP, Águas de Portugal, etc.
Adoro estes liberais de trazer por casa, dependentes do Estado, quer para um emprego, quer para os seus negócios.
Lamentavelmente, a política económica suicidária da UE, que resultou nas tragédias que ja todos conhecem, acresce a queda do Governo Holandês (ironicamente, acérrimo defensor da austeridade) e o agravamento da recessão em Espanha. Por conseguinte, a zona euro vê o seu espaço de manobra cada vez mais reduzido e os ataques dos especuladores são cada vez mais mortíferos. Vale a pena lembrar uma vez mais que o Goldman and Sachs, o Citygroup, o Wells Fargo, etc.,apost aram biliões de dólares na implosão da moeda única. Na sequência dos avultadíssimos lucros obtidos durante a crise financeira de 2008 e das suspeitas de manipulação de mercado que recaíam sobre estas entidades, o Senado norte americano levantou um inquérito que resultou na condenação dos seus gestores. Ficou também demonstrado que o Goldman and Sachs aconselhou os seus clientes a efectuarem investimentos no mercado de derivados num determinado sentido.
Todavia, esta entidade realizou apostas em sentido contrário no mesmo mercado. Deste modo, obtiveram lucros de 17 biliões de dólares (com prejuízo para os seus clientes).
Estes predadores criminosos, disfarçados de banqueiros e investidores respeitáveis, são jogadores de póquer que jogam com as cartas marcadas e, por esta via, auferem lucros avultadíssimos, tornando-se, assim, nos homens mais ricos e influentes do planeta. Entretanto, todos os dias são lançadas milhões de pessoas no desemprego e na pobreza em todo o planeta em resultado desta actividade predatória. Tudo isto, revoltantemente, acontece corn a cumplicidade de governantes e das autoridades reguladoras. Desde a crise financeira de 1929 que o Goldman and Sachs tem estado ligado a todos os escândalos financeiros que envolvem especulação e manipulação de mercado, com os quais tem sempre obtido lucros monstruosos. Acresce que este banco tem armazenado milhares de toneladas de zinco, alumínio, petróleo, cereais, etc., com o objectivo de provocar a subida dos preços e assim obter lucros astronómicos. Desta maneira, condiciona o crescimento da economia mundial, bem como condena milhões de pessoas a fome.
No que toca a canibalização económica de um país a fórmula é simples:
o Goldman, com a cumplicidade das agências de rating, declara que um governo está insolvente, como consequência as yields sobem e obriga-o, assim, a pedir mais empréstimos com juros agiotas. Em simultâneo impõe duras medidas de austeridade que empobrecem esse pais. De seguida, em nome do aumento da competitividade e da modernização, obriga-os a abrir os seus sectores económicos estratégicos (energia, águas, saúde, banca, seguros, etc.) às corporações internacionais.
Como as empresas nacionais estão bastante fragilizadas e depauperadas pelas medidas de austeridade e da consequente recessão não conseguem competir e acabam por ser presa fácil das grandes corporações internacionais.
A estratégia predadora do Goldman and Sachs tem sido muito eficiente.
Esta passa por infiltrar os seus quadros nas grandes instituições políticas e financeiras internacionais, de forma a condicionar e manipular a evolução política e económica em seu favor e em prejuízo das populações. Desta maneira, dos cargos de CEO do Banco Mundial, do FMI, da FED, etc. fazem parte quadros oriundos do Goldman and Sachs. E na UE estão: Mário Draghi (BCE), Mário Monti e Lucas Papademos (primeiros-ministros de Itália e da Grécia, respectivamente), entre outros. Alguns eurodeputados ficaram estupefactos quando descobriram que alguns consultores da Comissão Europeia, bem como da própria Angela Merkel, tem fortes ligações ao Goldman and Sachs. Este poderoso império do mal, que se exprime através de sociedades anónimas, está a destruir não só a economia e o modelo social, como também as impotentes democracias europeias.

Texto de Domingos Ferreira
Professor/Investigador Universidade do Texas, EUA, Universidade Nova de Lisboa

2 comentários:

  1. Concordando com muitos dos pontos de vista do do Domingos Ferreira, há que por alguns pontos nos is, relativamente este artigo do mesmo:
    relativamente à forma como atua Goldman Sachs, o Domingos Ferreira deveria referir que o problema principal na atuação das agências de rating relativamente a PT, se tivessem feito bem o seu trabalho, deveriam ter downgrade (baixado) o rating de PT pelo menos 2 a 3 anos antes data que o fizeram, se o fizeram de forma deliberada ou por incúria, há que investigar e provar?
    De qualquer forma como refere o Marc Roche o Goldman Sachs não é nenhuma instituição demoníaca, “É um banco como muitos outros, mas com algo concreto que o diferencia uma cultura muito específica e são muito bons nisso” tem como único objetivo maximizar o proveito para os seus colaboradores acionistas, para isso aproveitam/beneficiam das debilidades dos outros sejam eles individuas, empresas, países, federações, … , sem quaisquer princípios éticos, nem preocupação do impacto que isso pode sobre as pessoas/sociedades.
    Porque é que PT ainda tem tem interessados para comprar divida no mercado inclusive a um a taxa mais baixa, do que em 2010? Porque enquanto tivermos a ser intervencionados pela Troika, com dinheiro fresco a entrar, e com as diretivas atuais do BCE, não há nenhum risco na divida de curto prazo de PT que se vença antes de 2014 e o juro é muito atrativo, só por isso e não por que o pais esta melhor ou porque confiam na nossa economia.
    Relativamente ao Carlos Moedas não deveria haver qualquer problema em ter 3, 4 ou mais empresas desde que exercesse de forma correta e isenta as funções secretario de estado, e não usasse essas funções para beneficiar essas empresas.
    O ser empresário, demonstra capacidade de empreendedorismo de gestão que em outros países é bastante valorizado nos políticos, o que não acontece com o Socrates, Passos, Relvas, Paulo Campos, Seguro, Louça, …
    A verificação de que não usa a posição para beneficio próprio ou das empresas que possui deveria caber ao ministério publico, como em outros países ou em ultima instância deveria caber ao jornalismo de investigação, (ex: José António Cerejo na investigaçao: caso Relvas no favorecimento da Tecnoforma), que atualmente é um caso raro em PT e que vai provavelmente ter como consequência o despedimento do jornalista, em vez de gerar uma investigação do ministério publico.
    Relativamente à ligação do Goldman Sachs ao C. Moedas e ao A. Borges há que dizer o seguinte:
    ambos foram (ou são ainda) peões menores do banco e não grandes cabeças, como se quer fazer querer;
    o A. Borges é aparentemente um economista a entrar numa fase decadente (traduz-se inclusive pelo aspeto físico), reforçado pelo facto ter sido ap. corrido do FMI e pelas afirmaçoes recentes e que em PT é recebido como um ilustre cérebro internacional que ele não é;
    Portugal é um pais “Pequeno” e pouco interessante para o Goldman Sachs, PT não é uma galinha dos ovos de ouro como o Domingos Ferreira e muitos outros querem fazer querer;
    o beneficio que pode ter com a privatização de algumas empresas publicas PT nomeadamente TAP, Caixa ou CP, Refer, REN, ANA, ... e muito reduzido para as aspirações do Goldman Sachs e são empresas cheias de problemas derivados de muitos anos má gestão, que mesmo vendidas baratas, não são muito apetecidas para os players internacionais;
    relativamente ao favorecimento do Goldman Sachs pelo C. Moedas ou pelo A. Borges tem de ser investigado (ai seria trabalho novamente para o jornalismo) e depois ir até as ultimas consequências.

    Lamento custa-me a aceitar a teoria da conspiração pura, sem rosto, sem motivo racional, para mim as grandes questões são:
    como desenvolver o jornalismo de investigação serio?
    quem é que esta disponível para pagar esse custo?
    quando/como vamos ter um ministério publico capaz investigar e de dar seguimento aos casos do foro criminal?
    sem isso podemos continuar a nos lamentar com a teoria da conspiração, que infelismente vende melhor em PT, que o jornalismo serio.

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  2. O que senhor Lourenço afirma eu também concordo. Que o Moedas e o Borges são raia miúda para a Goldman Sachs, acredito, mas todas as organizações tem os seus soldados que vão fazendo algum trabalho de caca (veja-se os Sopranos).
    Se o Moedas é empresário também julgo que não há qualquer problema, o problema mesmo é isto ser em Portugal e o senhor bem sabe as influências e corrupção que isso traz!
    Quanto ao jornalismo é melhor nem falar, pois é tão pobre que faz aumentar perigosamente a promiscuidade com o poder político (que não devia!). O jornalismo em Portugal é muito mau, era melhor que definissem claramente as suas orientações políticas (ou linhas gerais de esquerda ou direita) e fizessem então jornalismo em defesa das suas ideias e de ataque às ideias contrárias, mas que fosse de facto algo jornalístico!

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